OS SETE PECADOS CAPITAIS 6º PECADO CAPITAL - INVEJA
Baseado no livro "Os Sete Pecados Capitais" - Os Guinness
I Samuel 18:6-16
Introdução
A Revista Veja lançou uma edição sobre o tema da inveja em 2009. A inveja é um tema universal, pois fala da natureza humana. E não importa em qual cultura estejamos, a inveja sempre existirá. Ela foi protagonista de grandes eventos da história da humanidade, separando grandes personalidades, fomentando intrigas e destruindo vidas. Da mesma forma, a inveja hoje é um instrumento de destruição do homem e seu semelhante, e o povo de Deus precisa lutar contra este pecado capital.
CONTEXTO
Os livros de Samuel tem como seu principal autor Samuel, sacerdote e profeta. Os livros narram a transição da teocracia para a monarquia de Israel, citando a história de dois grandes reis: Saul e Davi. Em I Samuel, principalmente, vemos a ascensão e ruína do rei Saul, que tem início no capítulo 15ss. A rejeição de Saul e a escolha de Davi levaram o coração de Saul a um sentimento terrível: a inveja; pois Saul viu em Davi alguém que poderia tirar-lhe o trono.
Quando falamos em inveja, precisamos entender algumas coisas:
1 - A inveja é o pecado capital que ninguém confessa com prazer, pois é um pecado que não possui gratificação alguma (diferente do orgulho, da ganância e da glutonaria). A inveja é a antítese do prazer.
Veja o que diz São Basílio, o Grande:
"Não há vício mais pernicioso do que a inveja implantada no coração humano. Essa paixão é primeiramente um prejuízo para a pessoa culpada, mas não causa danos aos outros... A inveja é a dor causada pela prosperidade do próximo. Por conseguinte, uma pessoa invejosa sempre possui um motivo para tristeza e desânimo... A pior característica dessa dor, no entanto, é que a vitima não pode revelá-la a ninguém".
2 – A inveja não é o desejo pelo que o outro tem, mas, sim, o desgosto pelo outro ter.
A inveja entra em ação quando vemos a felicidade e o sucesso de outra pessoa. Santo Agostinho disse: A inveja é o "desgosto pelo bem alheio".
Sendo assim, a inveja é um pecado capital perigosíssimo, pois gera murmuração ao próximo, detração, ódio, exultação pela adversidade alheia e aflição pela prosperidade alheia. O que podemos aprender com o texto bíblico?
I – A INVEJA É UM PECADO POR PROXIMIDADE (18:6-7)
No capítulo 17, Davi mata Golias. No capítulo 18:5, Davi era totalmente apoiado por Saul. Mas, por que a inveja brota no coração de Saul somente no versículo 6 em diante? É porque Davi, nas narrativas anteriores não ofereceria perigo ao reinado de Saul. Agora, com as canções das mulheres, Davi passou a ser um pretenso igual. Estamos sempre propensos a invejar as pessoas que estão próximas de nós com dons, temperamentos ou posições parecidas.
Assim, mães são sempre propensas a invejar outras mães; escritores, outros escritores; advogados, outros advogados; políticos, outros políticos; ministros, outros ministros, e assim por diante. Tomás de Aquino disse: “...apenas sentimos inveja daqueles a quem pretendemos igualar-nos...não só o rei não inveja o plebeu; também o plebeu não inveja o rei. E, assim, um homem não inveja os que estão muito longe por lugar, tempo ou prestígio; mas os que estão perto – esses são os que incomodam...”.
Desejar o que o outro tem não é inveja. Inveja é, além de desejar o que o outro tem, e fazer com que ele não tenha e garantir de que não obterá.É por isso que Pv. 14:30 diz: “...a inveja é a podridão dos ossos”. A inveja revela nossa mediocridade, pois não queremos que o nosso igual seja melhor que nós. Queremos que ele se rebaixe à nossa miserabilidade. Enquanto Davi não oferecia perigo a Saul, ele também o amava. Agora, Davi é uma ameaça a Saul.
Ilustração prática: a) Quando treinamos um funcionário, e ele recebe mais elogios do que nós. O que era um discípulos transforma-se num concorrente em potencial; b) No ministério também é assim. Os pupilos que treinávamos para o ministério, no ministério se tornam colegas rivais.
II – A INVEJA É ALTAMENTE SUBJETIVA (18:8-9)
Não existe uma lógica objetiva no pecado capital da inveja.
A – A subjetividade da inveja está na interpretação de cada um (v. 8)
Criar canções era muito comum entre os judeus. Sentimos inveja por coisas que nos envergonharíamos se fossem expostas aos outros. Só por causa de uma “cançãozinha” Saul passou a ter tristeza no coração (desagradou em extremo) pelo herói de Israel. Essa subjetividade revela a infantilidade do nosso coração nas coisas triviais do dia-a-dia.
Ilustração: a) A irmã fica com inveja da outra por causa do vestido que ela usa; b) O irmão fica com inveja do outro só porque ele tem um carro melhor que o seu; c) Ficamos com inveja quando o irmão conta a bênção da casa própria, da enfermidade curada etc.
B – A subjetividade da inveja está no olhar de quem vê (v. 9)
Lemos em Pv. 28:22: “Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas...”. A inveja está nos olhos de quem vê. Como diz um provérbio russo: "A inveja olha para o zimbro e vê uma floresta de pinheiros".
Ex. Caim invejou Abel; Os irmãos de José invejaram-no; Saul teve inveja de Davi; Os fariseus tiveram inveja de Jesus; na igreja primitiva, muitos pregavam por inveja.
Aplicação: Como saber se estou com inveja: Se eu sentir tristeza no meu coração por meu irmão ganhar algo, comprar ou ser elogiado mais do que eu, então, eu tenho inveja.
III – A INVEJA É AUTODESTRUIDORA (18:10-16)
O que o invejoso não pode usufruir, ninguém pode, portanto, o invejoso perde todo e qualquer prazer. A partir do capítulo 18 a vida de Saul consistiu em perseguir e procurar destruir a Davi.
A – A inveja destrói nosso caráter
A inveja nos faz escravos dos nossos sentimentos mais vis. Veja isso em Saul: a) raiva (v. 10); b) medo (v. 12, 15); c) separação (v. 13); d) vingança (cap. 19; 24; 26. Veja os textos que evidenciam como trazemos a tona nossos sentimentos mais estranhos: Sl. 37:1; 73:3; Pv. 3:31; 23:17; 24:1.
B – A inveja destrói nosso amor ao próximo
O alvo da vida de Saul é destruir Davi, mesmo que isso lhe custe a própria vida.
Ilustração: Parábola judaica sobre um homem invejoso e um ganancioso que encontraram um rei:
Disse o rei: "Um de vocês pode me pedir algo e lho concederei, e cuidarei que o outro ganhe duas vezes mais". Isso deixou os dois homens em um dilema. O invejoso não quis ser o primeiro a pedir, pois invejava seu companheiro que receberia porção dobrada. Mas o ganancioso também não quis ser o primeiro, pois queria ter tudo, tudo que alguém pudesse eventualmente receber. Por fim, o ganancioso persuadiu o invejoso a ser o primeiro a fazer o pedido. Então, o invejoso pediu ao rei que arrancasse um de seus olhos, sabendo que, dessa maneira, seu companheiro teria os dois olhos arrancados.
Conclusão: Os consumidos pela inveja se dispõem a sofrer grandes prejuízos, desde que aquele a quem inveja sofra ainda mais.
CONCLUSÃO
Aplicação:
Regras para compromissos corporativos:
Nós, que subscrevemos as regras abaixo, concordamos que:
1- Não daremos ouvido nem inquiriremos voluntariamente sobre qualquer maledicência concernente a um de nós.
2- Se escutarmos algo maléfico com respeito a algum de nós, não acreditaremos de imediato.
3- Comunicaremos o que ouvimos o mais breve possível, falando ou escrevendo à pessoa em referência.
4- Não escreveremos nem diremos uma sílaba sequer daquilo que nos foi dito a qualquer pessoa, seja quem for, antes do pleno esclarecimento do assunto.
5- Depois disso, não mencionaremos o que for comentado a qualquer outra pessoa.
6- Não abriremos nenhuma exceção a qualquer uma dessas Regras, a não ser que, em conjunto, acreditemos que somos absolutamente obrigados a fazê-lo.
John Wesley (1703-1791) e Charles Simeon (1759-1836) (ministros da igreja da Inglaterra)
Rev. Cleber Macedo de Oliveira
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