sexta-feira, 18 de março de 2011

AS SETE PRERROGATIVAS DO ASPIRANTE AO MINISTÉRIO

Imagine se você (pastor) pudesse voltar no tempo e recomeçar teu ministério do "zero". Você lembra daquele dia quando Deus confirmou teu chamado? Você lembra daquela fé genuína, poderosa, ousada e ingênua ao mesmo tempo? Nada era empecilho para você! Já se passaram muitos anos - 10, 15, 20, 30 ou mais -, e você talvez encontra-se hoje machucado, desanimado com o ministério, com a instituição, com os amigos etc. O que fazer? Para onde ir? O que você diria a um aspirante ao ministério, se este pedisse sua opinião quanto à vida pastoral? Eis algumas dicas que podemos apresentar aos nossos colegas. São sete prerrogativas para seguir, à luz de Atos 16:6-34.

1- Direção soberana de Deus (16:6-10) - "Assim que teve a visão... concluindo que Deus nos havia chamado para lhe anunciar o evangelho". Poderíamos orientar nosso noviços que o melhor lugar para se estar não é na igreja que paga melhor, nem na maior cidade; antes, o melhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus (Rm. 12:2b). Um ministério direcionado pela soberania de Deus tem a visão de Deus e o conduzir de Deus.

2- Descanso na salvação dos eleitos (16:13-15) - "... o Senhor lhe abriu o coração para atender ás cousas que Paulo dizia". Ah! Quanta ansiedade e quantas pressões sofremos para encher nossas igrejas! Por quantos anos não cultuamos a "numerolatria" do rol de membros, dos relatórios competitivos e desejo vaidoso de que nossos nomes fossem citados nas reuniões de presbitério! Nossos jovens pastores não precisariam passar por toda essa infantil fase da nossa vida.

3- Discernimento dos espíritos (16:16-18) - "Estes homens são servos do Deus Altíssimo... retira-te dela...". Se nossos pupilos soubessem que nem todos aqueles que dão "tapinhas nas nossas costas", e nos chamam de "homens de Deus" são de fato nossos amigos! Eles certamente não seriam enganados e ludibriados pelos convites para almoçar, viajar e até mesmo receberem ofertas generosas. Tudo isso seria cobrado com juros muito altos lá na frente.

4- Coragem para pagar o preço (16:19-24) - "Estes homens... perturbam nossa cidade... mandaram açoitá-los com varas". Nossos aspirantes precisariam entender que não há vantagem material em ser um pastor honesto. A sedução por Mamon destruiu o ministério de muitos colegas caríssimos. O preço da fidelidade ministerial sempre exigiu sacrifício: do nosso tempo, da nossa família, das nossas parcas amizades, da nossa saúde física e emocional.

5- Louvar a Deus em toda e qualquer situação (16:25) - "...oravam e cantavam louvores a Deus...". Nossos catecúmenos ministeriais precisariam discernir o desafio de louvar a Deus em toda e qualquer situação, na igreja grande ou na igreja pequena, com um bom salário ou com um contido pagamento, na cidade metropolitana ou na cidade esquecida no mapa, com o louvor dos homens ou com a flechas envenenadas dos seus algozes.

6- Manifestação do poder de Deus (16:26) - "...sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos...". Poderíamos orientar nossos licenciados que uma boa exegese destituida de vida de oração é simples verborréia, sem unção! Orienta, mas não transforma em nova criatura. Pastores presbiterianos precisam equilibrar o pêndulo entre o Power Point e os joelhos no chão.

7- Compaixão pelas almas (16:27-34) - "Não te faças nenhum mal... lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa". O jovem pastor deveria compreender que não há nada mais importante do que uma alma salva. O que deve mover suas entranhas não é a fama, nem os benefícios contábeis, mas sim uma vida transformada aos pés da cruz. Se o seu ministério rendeu ao Reino de Deus uma alma livre do inferno, já valeu toda a pena. "...aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados" (Tg. 5:20).
Rev. Cleber Macedo de Oliveira

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