quarta-feira, 30 de março de 2011

SÉRIE SETE PECADOS CAPITAIS -

OS SETE PECADOS CAPITAIS 1º - ORGULHO
Baseado no livro "Os Sete Pecados Capitais" - Os Guinness

Lucas 18:9-14
 
Introdução
Vivemos uma sociedade conivente com o pecado. Uma sociedade do liberalismo, da promiscuidade, do sexo – drogas e Rock in Row. Um comentarista disse: "Em nossa cultura dietética e de consciência débil, o 'pecado leve' tem encontrado lugar nas prateleiras ao lado de outros prazeres de baixa-culpabilidade". Ou nas palavras da MTV: "Um pouco de libertinagem, de orgulho, de preguiça e de glutonaria - com moderação - são diversão, e é esse pouco que faz seu coração continuar batendo". “De que adianta aprender a fazer o que é certo, se isso é extremamente trabalhoso, ao passo que fazer as coisas de maneira errada é bem mais fácil e, ao final, rende exatamente o mesmo salário?” (Mark Twain, [As aventuras de Huckleberry Finn] "Por que o século de maior conheci­mento, mais esclarecido e mais avançado de todos - o século XX - é também o mais sombrio e o mais brutal?” (Os Guinnes). A origem da tradição da virtude e do vício vem de duas fontes principais: os filósofos gregos e romanos e o Antigo e o Novo Testamentos. A lisa dos sete pecados surgiu da vida diária dos monges. Mas, logo passou para a vida diária das pessoas. A lista dos sete pecados capitais não abrange todos os pecados que podemos enumerar, mas ela apresenta os pecados capitais (capitães, caput) fundamentais, integrados, os quais se encontram no centro de nossa natureza humana e dos quais se originam todos os outros pecados. O primeiro da lista dos sete pecados é o orgulho.

O que não é Orgulho?
 a) O prazer de agradar a quem amamos (filhos, esposa, Cristo para com sua Igreja etc); b) O prazer de ser honrado (auto-estima, reconhecimento etc).

O que é Orgulho?
Dicionário Inglês de Oxford: o orgulho é “uma presunção irracional de superioridade”, uma “opinião arrogante das qualidades de si mesmo”.
Biblicamente: é a violação e a desordem fundamental do amor, pois põe o amor próprio à frente do amor a Deus. Veja o que diz Dorothy Sayers: “A estratégia diabólica do orgulho é que ele não ataca nossos pontos mais fracos, mas sim nossos pontos mais fortes. Ele é de forma preeminente o pecado da nobreza”. Você tem esse pecado em tua vida?

I – O ORGULHO É ESSENCIALMENTE COMPETIDOR (18:9-12)
 O mundo tem tentado transformar o pecado do orgulho em uma virtude. Por exemplo, ele tenta confundir orgulho com respeito próprio. Afinal, é correto ter orgulho de si mesmo. É prejudicial não ter auto-estima. O homem precisa melhorar e se tornar mais perverso – é isso que ensino. É necessário maior perversidade para haver maiores realizações do super-homem (Friedrich Nietzsche, Assim falava Zaratrusta, IV). Os seus sinônimos são: presunção, arrogância, insolência, egoísmo, vaidade, altivez, soberba, jactância, obstinação, satisfação própria, egocentrismo e outros.

A – O orgulhoso compete com Deus (v. 9,11) - Do ponto de vista bíblico, o orgulho é a violação e a desordem fundamental do amor, pois põe o amor próprio à frente do amor a Deus. Ele quebra o primeiro grande mandamento: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”, e, inevitavelmente, quebra o segundo grande mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.

B – O orgulho compete com eu próximo (v. 11) - Ninguém é orgulhoso por ser rico, por ser inteligente ou por ser bonito; mas, sim, se é orgulhoso por ser mais rico, mais inteligente e mais bonito. A comparação com o próximo nos torna orgulhosos. É o prazer de estar por cima dos outros. Porém, o orgulho pode estar travestido de espiritualidade. O orgulho religioso é travestido de falsa humildade, como forma de validação de suas ações (Lc. 18:11b-12; Cl. 2:18). A falsa humildade é voltada para si mesmo, em franca competição com o próximo. “Um homem nunca é tão orgulhoso como quando adota conscientemente uma atitude de humildade” (C. S. Lewis)

 II – O ORGULHO SEMPRE PRESSUPÕE INIMIZADE (Lc. 18:11)
O que torna o orgulho um dos piores pecados capitais é que ele não é apenas competidor, ele é inimigo de tudo e de todos. Ilustração dos meus dois filhos competindo para chamar atenção. Apesar da competição, eles se amam. Porém, o orgulho não faz essa separação.

A) Inimizade contra Deus (Tg. 4:6; Sl. 101:5; Pv. 16:18) - O altivo, orgulhoso não quer que Deus dirija sua vida. Não aceita que é pecador, não aceita que precisa orar, que precisa implorar o favor divino. Assim, o soberbo tem Deus como um inimigo, pois ele quer roubar a glória de Deus. Lúcifer quis isso (Ez. 28:11-17); Adão e Eva quiseram isso (Gn. 3:4-5). Você não está sendo inimigo de Deus?

B) Inimizade contra o próximo - Definição de Egoísta: Uma pessoa com mau gosto, mais interessada nela do que em mim [Dicionário do diabo]. Desde o primeiro assassinato (Abel) é perceptível que o orgulho criou a inimizade. Quando olhamos para nosso próximo, vemos um inimigo que quer roubar a glória que tanto ansiamos.

III – COMO COMBATER O ORGULHO (18:13-14)
Como vencer esse grande inimigo, inato à nossa natureza caída?

A) Humilhar-se sinceramente (Mt. 5:1-3; Tg. 4:10; Fp. 2:3-4) - Jeremy Taylor (1613-1667) foi um bispo anglicano, teólogo e escritor. Sua obra "A regra e o exercício do viver santo" (1650), apresenta os Atos ou ofícios de humildade A graça da humildade é exercitada pelas seguintes regras: 1.Não pense que você é melhor por causa de alguma coisa que lhe aconteça vinda de fora... 2.A humildade não consiste em erigir cercas contra você mesmo, usar roupas de mendigo ou portar-se de forma suave e submissa. Consiste, porém, em ter de si próprio uma avaliação sincera de que você é realmente mau e medíocre... 3.Seja como for, fique contente quando vir que os outros acreditam na opinião que você tem de si próprio, de que você é mau. Não fique aborrecido quando ao se chamar de tolo, a outra pessoa concordar...

B) Gloriar-se somente em Deus (I Co. 1:31) - Faça da tua vida apenas um canal do fluir de Deus. Não permita que nada fique como você, mas passe tudo para Deus. Deus não compartilha sua glória com ninguém. Por isso, busque-o e dependa dele como esse publicano da parábola.

CONCLUSÃO 

 Aplicações:
1) Ninguém está isento do orgulho;
2) A melhor maneira de tratar o orgulho é reconhecê-lo em nossa vida;
3) Cuidado para você não esconder o orgulho atrás da espiritualidade.


Rev. Cleber Macedo de Oliveira

quinta-feira, 24 de março de 2011

QUAL A DIFERENÇA ENTRE UM CRISTÃO AUTÊNTICO E UM RELIGIOSO?

Não sei se você já fez essa pergunta a si mesmo: Eu sou um cristão autêntico? Digo isso porque vivemos num mundo dos genéricos. São remédios genéricos, prometendo ter o mesmo efeito que os alopáticos convencionais. São produtos genéricos, vindos da China, e - Meu Deus - só Ele sabe a péssima qualidade que têm. São casamentos genéricos, onde o homem não é homem e a mulher não é mulher; uma verdadeira Sodoma de loucuras. Agora, também, tem surgido o cristão genérico. Este parece ser bom, mas não é; parece ser santo, mas não é; parece conhecer a Bíblia, mas não conhece; parece honrar ao pastor, mas não honra; parece ser convertido, mas, infelizmente, não é! Esse tipo de cristão se preocupa muito mais com a aparência exterior, enquanto o interior está cheio de "rapina" (Mt. 23:13-33). Este vive uma capa de espiritualidade, mas antes, assite a programas imorais, vê pronografia na internet, joga na loteria, vai a boates e "dança pra Jesus", sem falar nas "bebedeiras gospel" que agora é permitido para o crente contemporâneo, sem nenhuma insuflação de culpa em sua pobre mente cauterizada. A verdade é que esse tipo de cristão genérico não adora ao verdadeiro Deus. Antes, o seu deus é também um deus genérico. Este deus não é novo, pois existe desde o começo do mundo, e nada mais é do que sua própria vaidade, o seu "EU" (Mt. 6:19-24). Como Jesus disse aos fariseus e doutores da lei, em João 10, que o deus deles era outro. Veja este vídeo e você entenderá o que pretendemos dizer. Deus te abençoe. Rev. Cleber Macedo

segunda-feira, 21 de março de 2011

PARA ONDE FUGIR?

"...o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos..." (II Co. 4:4)

Um dia destes atrás percebi como a sociedade brasileira está entregue ao caos moral. Era um dia de folga (Santa folga, pois ninguém é de ferro); tudo parecia perfeito, com exceção do conteúdo do dia. Resolvi, então, tirar alguns momentos diante da televisão, a fim de distrair a cabeça. Logo de manhã, tinha uns desenhos animados que mais pareciam um ringue de luta livre. Os personagens brigavam entre si, davam socos e pontapés; o mais "esperto" era aquele que passava outro pra trás. Era o "malandro" do Pica-pau, o megalomaníaco do Ben 10, e uns chinezinhos que nunca consigo gravar os nomes (só sei que morre um, a alma dele vai pro outro, depois ele ressuscita, uma loucura).
Pensei, então, que era apenas uma visão equivocada minha com relação aos desenhos. Resolvi perseverar e tentar encontrar alguma coisa útil na telinha. No canal de esportes não havia apenas competidores nas modalidades convencionais. Agora, o pole dance (uma mulher seminua dança sensualmente num bastão de metal) também fazia parte das atividades esportivas. Continuei insistindo nas programações. Noutro canal, havia a apresentação do carnaval brasileiro, com promessas de câmeras ao vivo revelando a intimidade dos camarins (sem comentários). Mudei para outro canal, e mais outro. Lá estavam o Gugo Liberato disputando audiência com o Faustão, a Ana Hickmann e a Eliana; cada um destes canais exibiam mulheres semiunas, atores e atrizes com brincadeiras obscenas e palavreados chulos.
Meu Deus, eu pensei, será que não há nada de bom na televisão? À noite, fui assistir ao Fantástico. Mas, o fantástico foi ver também dentro de um programa de informação a sensualidade. Era a garota fantástica; eram os bailes funks com a Regina Cazé, o elogio a uma prostituta que resolveu ajudar as amigas a se unirem pela "profissão"; era o Zeca Camargo dizendo para um pai que este deveria deixar sua filha transar com o namorado sem problemas. O pior, porém, estava por vir. Era um tal de BBB (talvez signifique Briga, Bagunça e Baixaria). Era um espetáculo de degradação moral em nome da "deusa" audiência.
Concluí no final daquele dia de folga que, realmente, o deus deste século (Satanás) cegou o entendimento das pessoas, para que não percebam a "porcariada" de programações vazias e sem sentido para a vida. Conclui que, infelizmente, há muitos evangélicos assistindo a essas sujidades e bebendo a largos sorvos sua filosofia mundana e degradante. E assim, vivem o sincretismo religioso e moral, propalado nas programações televisivas.
Para onde fugir? Corra para Cristo, pois só ele tem palavras de vida eterna. Foi essa a reação de Pedro quando confrontado pela indagação do Senhor Jesus. Pedro viu em Jesus Cristo o único que tinha palavras de vida eterna: Para onde iremos? Tu tens as palavras da vida eterna (Jo. 6:68). Fuja para Jesus.

Rev. Cleber Macedo de Oliveira

sexta-feira, 18 de março de 2011

AS SETE PRERROGATIVAS DO ASPIRANTE AO MINISTÉRIO

Imagine se você (pastor) pudesse voltar no tempo e recomeçar teu ministério do "zero". Você lembra daquele dia quando Deus confirmou teu chamado? Você lembra daquela fé genuína, poderosa, ousada e ingênua ao mesmo tempo? Nada era empecilho para você! Já se passaram muitos anos - 10, 15, 20, 30 ou mais -, e você talvez encontra-se hoje machucado, desanimado com o ministério, com a instituição, com os amigos etc. O que fazer? Para onde ir? O que você diria a um aspirante ao ministério, se este pedisse sua opinião quanto à vida pastoral? Eis algumas dicas que podemos apresentar aos nossos colegas. São sete prerrogativas para seguir, à luz de Atos 16:6-34.

1- Direção soberana de Deus (16:6-10) - "Assim que teve a visão... concluindo que Deus nos havia chamado para lhe anunciar o evangelho". Poderíamos orientar nosso noviços que o melhor lugar para se estar não é na igreja que paga melhor, nem na maior cidade; antes, o melhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus (Rm. 12:2b). Um ministério direcionado pela soberania de Deus tem a visão de Deus e o conduzir de Deus.

2- Descanso na salvação dos eleitos (16:13-15) - "... o Senhor lhe abriu o coração para atender ás cousas que Paulo dizia". Ah! Quanta ansiedade e quantas pressões sofremos para encher nossas igrejas! Por quantos anos não cultuamos a "numerolatria" do rol de membros, dos relatórios competitivos e desejo vaidoso de que nossos nomes fossem citados nas reuniões de presbitério! Nossos jovens pastores não precisariam passar por toda essa infantil fase da nossa vida.

3- Discernimento dos espíritos (16:16-18) - "Estes homens são servos do Deus Altíssimo... retira-te dela...". Se nossos pupilos soubessem que nem todos aqueles que dão "tapinhas nas nossas costas", e nos chamam de "homens de Deus" são de fato nossos amigos! Eles certamente não seriam enganados e ludibriados pelos convites para almoçar, viajar e até mesmo receberem ofertas generosas. Tudo isso seria cobrado com juros muito altos lá na frente.

4- Coragem para pagar o preço (16:19-24) - "Estes homens... perturbam nossa cidade... mandaram açoitá-los com varas". Nossos aspirantes precisariam entender que não há vantagem material em ser um pastor honesto. A sedução por Mamon destruiu o ministério de muitos colegas caríssimos. O preço da fidelidade ministerial sempre exigiu sacrifício: do nosso tempo, da nossa família, das nossas parcas amizades, da nossa saúde física e emocional.

5- Louvar a Deus em toda e qualquer situação (16:25) - "...oravam e cantavam louvores a Deus...". Nossos catecúmenos ministeriais precisariam discernir o desafio de louvar a Deus em toda e qualquer situação, na igreja grande ou na igreja pequena, com um bom salário ou com um contido pagamento, na cidade metropolitana ou na cidade esquecida no mapa, com o louvor dos homens ou com a flechas envenenadas dos seus algozes.

6- Manifestação do poder de Deus (16:26) - "...sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos...". Poderíamos orientar nossos licenciados que uma boa exegese destituida de vida de oração é simples verborréia, sem unção! Orienta, mas não transforma em nova criatura. Pastores presbiterianos precisam equilibrar o pêndulo entre o Power Point e os joelhos no chão.

7- Compaixão pelas almas (16:27-34) - "Não te faças nenhum mal... lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa". O jovem pastor deveria compreender que não há nada mais importante do que uma alma salva. O que deve mover suas entranhas não é a fama, nem os benefícios contábeis, mas sim uma vida transformada aos pés da cruz. Se o seu ministério rendeu ao Reino de Deus uma alma livre do inferno, já valeu toda a pena. "...aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados" (Tg. 5:20).
Rev. Cleber Macedo de Oliveira