quinta-feira, 9 de julho de 2009

DEZ EFEITOS DE CRER NAS DOUTRINAS DA GRAÇA


John Piper

1) As doutrinas da graça enchem-me de temor a Deus e levam-me à verdadeira adoração profunda centrada em Deus. “Para louvor da glória de sua graça” (Ef. 1:6, 12, 14). Não podemos enriquecer a Deus, e, por essa razão, sua glória resplandece mais esplendidamente quando nos satisfazemos nele como essência de nossas obras.
2) Estas verdades protegem-me de vulgarizar as coisas divinas. Existe hoje a vulgarização das coisas espirituais. Mas, a doutrina da graça me faz tratar com reverência e solenidade as coisas de Deus.
3) Estas verdades me fazem admirar a minha própria salvação – Todos os motivos de vanglória são removidos. Há muita alegria e gratidão (Ef. 2:8-10).
4) Estas verdades tornam-me alerta quanto aos substitutos centrados no homem que passam por boas-novas – As doutrinas da graça são uma proteção contra os ensinos centrados no homem que, sob muitas formas, corrompem gradualmente a igreja, tornando-a fraca em seu interior, enquanto parece forte e popular.
5) Estas verdades fazem-me gemer diante da indescritível enfermidade de nossa cultura secular que milita contra Deus – Existimos para afirmar a realidade de Deus e a sua supremacia em toda a vida.
6) Estas verdades tornam-me confiante de que a obra planejada e começada por Deus chegará ao final – tanto no que diz respeito ao universo como ao indivíduo – Veja Filipenses 1:6.
7 – Estas verdades fazem com que eu veja todas as coisas à luz dos propósitos soberanos de Deus: dEle, por meio dEle e para Ele são todas as coisas; a Ele seja a glória para sempre e sempre – Não há qualquer aspecto da nossa vida em que Ele não seja extremamente importante (I Co. 10:31).
8) Estas verdades enchem-me da esperança de que Deus tem vontade, direito e poder de responder as súplicas para que pessoas sejam mudadas – A garantia da oração é que Deus pode irromper e mudar as coisas, incluindo o coração humano (Ez. 11:19; 36:27).
9) Estas verdades recordam-me que o evangelismo é absolutamente essencial para que as pessoas venham a Cristo e sejam salvas. Recordam-me também que há esperança de sucesso em levar as pessoas à fé e que, em última análise, a conversão não depende de mim, nem está limitada à insensibilidade do incrédulo – Portanto, isso nos proporciona esperança na evangelização, especialmente em lugares difíceis e entre pessoas de coração empedernido (Jo. 10:16).
10) Estas verdades deixam-me convicto de que Deus triunfará no final – “...O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Is. 46:9-10).
(Extraído da revista “Fé para Hoje”, no. 34 / junho/2009. John Piper)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A URGENTE NECESSIDADE DE REFORMA NA IGREJA


“Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm. 1:17)

Rev. Cleber Macedo de Oliveira

No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero, pregou nas portas do Castelo de Witemberg, Alemanha, 95 teses contra as chamadas “indulgências plenárias”, ou seja, a promessa da Igreja Católica de absolver as pessoas de todos os seus pecados até o dia de sua morte, se tão somente contribuíssem monetariamente para os cofres da Igreja. A partir deste ato, eclodiu-se uma série de movimentos reformistas na Igreja, que já estavam “engasgados” na garganta de muita gente. Lutero não podia mais conter sua fé reformista.
Confesso que nos dias atuais, fico com um tremendo “nó” na garganta, ansioso para dar um grito de Reforma Já – não, não é a Reforma da Previdência, ou do Senado -, mas, sim, a Reforma da Igreja de Cristo Jesus. Não agüento mais ser tachado de “incrédulo”, ou um “pastor de pouca fé” só porque não faço um culto de libertação, pois entendo que todo culto é de libertação. Não agüento mais ser olhado de lado pelos irmãos pentecostais e neo-pentecostais só porque não creio em maldição hereditária na vida de um cristão liberto pelo sangue de Jesus. E o que dizer daqueles que me dizem que não sou batizado com o Espírito Santo só porque não falo em língua estranha. “O seu culto é frio” dizem eles, só porque prefiro ter um culto racional, segundo Romanos 12:1. Quando, então, falo sobre o meditar na Bíblia diariamente e que a pregação é o centro do culto, me chamam de quadrado; afinal, “somos a geração que dança”. Eu, particularmente, prefiro ser classificado como a “geração que ora, que jejua, que lê Bíblia, que testemunha”. Chamam-me de conservador, só porque não saio ungindo os carros dos irmãos, as casas, as chácaras, as contas bancárias, porque entendo que gente é mais importante que coisas. Dizem que tenho pouca unção só porque não consigo adivinhar seus sonhos, seus pensamentos ou o que vai acontecer com eles daqui alguns dias. Prefiro confiar na providência de Deus, pois, basta a cada dia o seu próprio mal.
Não nego que, de vez em quando, entro em crise no meu ministério, e sou tentado a ceder à pressão de uma nação evangélica brasileira que insiste na ignorância e infantilidade dos sentimentos produzidos eletronicamente. Mas, então, lembro de Lutero que não temeu ir contra o sistema dominante. Pelo contrário, denunciou a exploração do clero, a ignorância das Escrituras, a promiscuidade atrás do ritualismo. O resultado de seus atos permanece até hoje.
Certamente, a Igreja de Cristo precisa urgentemente de Reforma, para destruir esse sincretismo religioso emergente em nossas igrejas. Precisamos restaurar a centralidade da Palavra de Deus em nossas vidas e entender que o justo vive fé, apenas!

ALIMENTANDO AS OVELHAS OU DIVERTINDO OS BODES?


C. H. Spurgeon

Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.
Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15) – isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef. 4:11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-los? Os concertos de música não têm um rol de mártires.
Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? “Vós sois o sal”, não “o docinho”, algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa os mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc. 9:60). Ele estava falando com terrível seriedade! Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los.
Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. A missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.
C. H. Spurgeon (Extraído do “Fé para hoje”, 2000, no. 6).

quinta-feira, 2 de julho de 2009