terça-feira, 26 de outubro de 2010

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
Rev. Cleber Macedo de Oliveira
Efésios 1:3-14
Introdução
• A doutrina da eleição gera nos corações muitos sentimentos, de acordo com a perspectiva que olhamos para ela.
• Para alguns, Deus é injusto, pois não dá ao homem a oportunidade de escolha. Para outros, Deus é misericordioso, pois escolhe pessoas sem elas merecerem.
• Sobre a doutrina da eleição:
- É uma doutrina explícita na Bíblia – Há doutrinas implícitas na Bíblia, como por exemplo, a doutrina da Trindade, a doutrina do batismo infantil.
- Porém, a doutrina da Eleição se encontra em toda a Bíblia, desde a eleição dos anjos, da nação de Israel (Sl. 89:3-4), passando para todos os crentes (Ef. 1), e até o próprio Cristo.
- Assim, negar a doutrina da eleição é negar a própria Bíblia.

I - Para que entendamos a doutrina da Eleição é preciso entender a doutrina da depravação total do homem:
- No pacto das obras, Deus estabelece uma aliança com o homem, em Gn. 2:16-17, de obediência com seus frutos, e desobediência com seus frutos.
- Quando Adão pecou, toda a humanidade nele representada, foi condenada ao inferno (Rm. 5:12-21). Desde então todos nasceram pecadores, como Adão (Rm. 3:9ss).
- Ao fazer isso, Deus foi justo, pois ele cumpriu as promessas do pacto que estabelecera com Adão em Gênesis 2:16-17.
- Mas, pela sua grande graça e misericórdia, Deus Pai resolveu fazer uma outra aliança com a humanidade, agora na pessoa de Jesus Cristo, nosso outro representante (Rm. 5:12-21). Ele cumpriu perfeitamente essa aliança, dando novamente ao homem a oportunidade de salvação.
- Deus, então, pelos méritos de Cristo, decidiu em sua Soberana vontade escolher uns para salvação eterna, livrando-os da condenação do inferno.
- Veja as palavras de João Calvino:

“Como a Escritura, então, mostra claramente, dizemos que Deus, uma vez, estabeleceu, mediante seu plano eterno e imutável, aqueles a quem, de antemão, determinou, de uma vez por todas, receber para a salvação, e aqueles a quem por outro lado, destinou ao aniquilamento. Afirmamos que, com respeito ao eleitos, este plano funda-se na graça de Deus, livremente oferecida sem levar em conta o mérito humano; mas, por seu justo, irrepreensível, porém, incompreensível juízo, Ele fechou a porta da vida àqueles a quem abandonou à perdição...”.

“Que Deus dê, àqueles a quem reprova, o castigo que merecem, e dê, aos que elegeu, a graça que não merecem”... (Calvino, citando Agostinho).


II - Qual a utilidade dessa doutrina e seus frutos?
a) A doutrina da eleição nos ensina a olhar para a graça de Deus - A salvação não vem das nossas boas obras. Nossa salvação procede da tão somente generosidade de Deus (Ef. 2:8-10; Tt. 3:4-7).
b) A doutrina da eleição exalta a glória de Deus – Nenhuma glória repousa sobre o homem quando ele percebe que sua salvação não depende em nada dele mesmo. Assim, toda a glória pertence a Deus
c) A doutrina da eleição fomenta a sincera humildade no homem – O coração do homem quer tomar o lugar de Deus. Por isso seu desejo profundo e salvar-se sem precisar de Deus. Porém, a eleição revela que sou totalmente dependente dele.

III - Definição de Predestinação segundo João Calvino:
“Chamamos predestinação ao eterno decreto de Deus pelo qual Ele determinou consigo mesmo aquilo que Ele quis que ocorresse a cada homem. Por que não fomos criados em condições iguais; certamente, a vida eterna é preordenada para alguns, e a perdição eterna para outros. Portanto, como todos foram criados para um ou outro destes fins, falamos deles como predestinados para a vida ou para a morte”.

IV - A causa da eleição
- Por que Deus elege algumas pessoas e não outras? Seria por causa das boas obras? Ou seria que Deus já antevê que essas pessoas se converteriam?
- A causa da eleição é o próprio Deus (para glória da sua soberana vontade);
- A causa da eleição é a graça livre de Deus em salvar seus escolhidos (II Tm. 1:9).

V – Eleição como livre escolha soberana e não presciência de Deus, segundo Romanos 9

- Muitos irmãos arminianos dizem que Deus não predestinou, mas, sim, anteviu que as pessoas creriam nele; por isso, já sabia quem se converteria ou não.
- Porém, essa interpretação coloca Deus numa condição dependente do homem, aguardando o dia em que ele (homem) resolveria escolher salvar-se.
- Mas, como o homem poderia buscar a salvação se ele está morto espiritualmente? Veja Ef. 2:1-7.
- O texto de Romanos 9 é incrivelmente explícito quanto aos propósitos de Deus na eleição do seu povo escolhido.
Assim, a eleição:
1) É uma decisão soberana desde os tempos eternos (II Tm. 1:9; Ef. 1:4-5);
2) Não depende das obras para que sejamos salvos (Rm. 9:11-13);
3) É uma ação de Deus no homem do começo ao fim (At. 13:48; Tt. 1:1-2);
4) É uma eterna segurança para o crente – Uma vez salvo, salvo para sempre (Jo. 6:37,39;10:27-29);
5) Não tira do homem a responsabilidade de responder a esse chamado de Deus (Mt. 28:19-20; Rm. 8:29-30; 10:9-10, 13-15);
6) Não tira do homem a responsabilidade de buscar a santidade (I Ts. 4:7; Hb. 12:4,14).